Todos nós precisamos de pertencer ou estar ligados a algo para ter a sensação de que fazemos de alguma maneira parte deste mundo. Ter um propósito na vida é inerente a nós mesmos. Não ter uma ligação a algo dá-nos uma sensação de falta de sentido. Por muito estúpido que seja, somos animais que usamos a dependência como forma de conseguir obter algum sentido para a nossa existência.
No entanto, depender é não ter um propósito que seja nosso, mas antes um amontoado de obrigações e limitações em relação aos outros. A dependência é uma falsa ilusão de que estamos enquadrados e somos aceites, de que temos um papel importante no mundo que nos rodeia.
Além disso, a dependência leva inevitavelmente ao sofrimento, porque nunca conseguimos satisfazer totalmente a nossa necessidade de ser aceites e estar à altura do que nos é exigido para dar continuidade a essa aceitação permanentemente volátil.
Mas também é verdade que julgamos precisar do sofrimento para que a nossa alegria tenha algum sentido. Os opostos fazem parte da vida, mas ainda não entendemos que as proporções devem ser diferentes e pender mais para o lado bom da vida.
Desde crianças que sofremos. Desde crianças que vemos o sofrimento estampado no rosto de quem nos criou e com quem convivemos. O nosso lado animal faz-nos mais facilmente reter na memória os acontecimentos menos bons do que os melhores. Faz parte do nosso instinto de sobrevivência. É nos momentos difíceis que aprendemos as ferramentas para sobreviver. A alegria e a felicidade funcionam como recompensas rápidas e efémeras de todo o sofrimento a que estamos sujeitos todos os dias.
Tudo isto é aquilo a que chamo a estupidez de não saber viver.
Existem dois tipos de sofrimento:
O primeiro acontece quando ficamos tristes por alguma razão.A tristeza faz parte da vida e é muito importante vivê-la para poder entendê-la e seguir em frente com a lição bem aprendida sobre a razão da mesma. Assim, numa próxima vez, será mais fácil para nós de senti-la e compreendê-la.
O segundo acontece quando nos permitimos continuar numa situação que nos faz sofrer e não fazemos nada para sair dela. O sofrimento permitido é estúpido, precisamente porque a sua continuação só depende de nós.
Dou-vos dois exemplos muito comuns de sofrimento por estupidez:
1. Estás num emprego que não gostas, em que és desrespeitado, em que não és valorizado, em que sofres todos os dias, e manténs-te nele sem colocar a hipótese de mudar. Queixas-te todos os dias, mas permites-te de continuar lá. Por vezes, falas em mudar de emprego, mas a verdade é que não fazes nada para fazê-lo.
2. Estás numa relação em que já não és feliz há muito, em que te sentes desrespeitado ou insatisfeito, em que não existe amor nem nada de significativo e tudo é rotina e frustração, e não tens a coragem de sair e libertar-te. Arranjas desculpas atrás de desculpas para adiar ou não fazer aquilo que o teu coração te pede há muito. Mais uma vez, sofres porque te permites manter no sofrimento e não fazes nada para mudar esta situação.
Hoje, a grande maioria de nós precisa de sentir o sofrimento como forma de estar enquadrado numa sociedade ainda muito primitiva e coerciva. O sofrimento funciona como o estandarte da normalidade e da aceitação. Quem diz não sofrer é colocado aparte. Quem advoga ser feliz é invejado e julgado.
A verdade é que o sofrimento nunca é o melhor caminho.
É apenas aquele em que nos sentimos mais iguais aos outros. É aquele em que nos permitimos de continuar por ser o que mais conhecemos. No entanto, o custo de viver no sofrimento é gigante, não apenas física, mas também emocional e mentalmente.
Não ganhamos nada em acreditar na ideia de que o sofrimento é normal. O sofrimento acontece porque a vida nos quer fazer compreender que devemos mudar de rumo.
Está na altura de entendermos que evoluímos melhor no amor e no respeito por quem somos e na remoção de todo o sofrimento que permitimos por estupidez na nossa vida. Ninguém cresce pelo sofrimento permitido. É uma ilusão essa ideia. Só crescemos quando percebemos que é saindo dele que evoluímos. Só começamos a evoluir quando realmente começamos a sair dele. Nunca durante. Apenas e só depois.
Por: José Micard Teixeira
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