Deixo-te esta carta com aquilo que não tenho coragem de te dizer na cara.

Porque esses teus olhos têm sempre um jeito de me fazer sentir em casa e o que eu pretendo é sair da tua vida. Ainda me lembro da maneira como tu fizeste as coisas para me conhecer.

Eu na minha maneira de estar “longe do mundo” e tu a tentares descobrir que nome escondia eu para me encontrares numa rede social.

Até que encontraste mesmo e meteste conversa comigo.

Consigo lembrar-me das vezes que te dei para trás e da maneira como dizias sempre “Vais ser difícil, gosto disso.” Não, nem era essa a razão, era o meu escudo. Só para que saibas.

Lembro-me de como ficamos amigos rapidamente e pouco tempo depois conquistaste o meu coração. Preocupavas-te comigo e sabias, pelo pouco que me conhecias, o que eu precisava.

Sempre te disse que era muito dona do meu nariz e havia daquele que quisesse mudar isso. A lei aqui é nunca depender de ninguém, nem da vida. E tu sorrias, e dizias que era esse o motivo de te teres apaixonado por mim, que amavas o meu jeito de ser e de levar a vida e para nunca me esquecer disso, pois era das melhores coisas que tinha.

E eu sorria contigo, perdida no teu sorriso, a achar que estavas a dizer essas coisas só por dizer. E fomos indo, cada dia que passava aumentavas a tua maneira de ser para comigo e foi aí que me apaixonei pelo teu jeito.

Tempo depois fomo-nos juntando mais, mas a cada dia que passava perdia-se a essência, perdíamos a cada dia que passava um pouco de nós dois mesmo não tendo muito.

E foi aí que tudo mudou.

Passaste a esquecer-te da maneira de ser, dizias só “bom dia amor” sem o “dormiste bem?!” habitual. Esqueceste-te de mencionar que me amavas todos os dias. Nem sempre tinhas tempo para os dois e pouco ou nada estávamos como antes. Foste-te perdendo no tempo e esquecendo que só ir falando e não alimentar o amor, ele não cresce.

Mas sabes o que mais me custa? Tomaste-me por garantida. E logo eu que tentava conquistar-te todos os dias…

E escrevo isto para te dizer que não posso estar mais assim, cada pessoa é digna de ser o AMOR de alguém. Já não vivo de paixonetas, sabes?! Vou ficar por onde estava, e onde tu me encontraste, não sei se vou ficar melhor ou pior mas há coisas pelas quais ninguém merece passar.

Sabes aquele beijo que te pedi ontem à noite para vires dar-me? Foi uma hipótese que estava a dar ao nosso relacionamento. E adivinha? Não vieste.

E só mais uma coisa, Eu não me esqueci que amavas este meu jeito, quem se esqueceu foste tu e esqueceste assim que eu comecei a amar o teu …

Espero que sejas feliz.

Por: Eu, Tu e os nossos textos

Fonte: eutueosnossostextos.blogs.sapo.pt

Imagem de capa: Christian Giaffrey, Shutterstock