Não há distância que separe quem quer estar junto do longe.
Mesmo com os quilómetros que nos separavam, sentia-me tão perto de ti.

Nós não estávamos perto um do outro mas queríamos estar e esse querer tornava a distância um bocadinho mais suportável…

O meu “estar contigo” eram as nossas longas e inesquecíveis conversas, as nossas músicas e a tua cara.

Longe e perto,juntos.

As saudades apertavam e apertam quando ouço o teu nome ou passa aquela música predilecta que usas-te para me conquistar.

Para mim a distância não era um elemento de separação, antes pelo contrário, era motivo de me unir a ti e fazer com que desse certo, a ânsia de te querer ver é que me davam força e coragem para não baixar a cabeça em relação a nós.

Noites a fio a conhecer-te sem saber quem eras.

Desavenças e avenças juntas em nós. Tinha receio de te perder nessas desavenças às avessas.

A vontade de querermos estar juntos era grande o suficiente para nós dois, suportando um ao outro para quando um faltasse. Em prol dos dois.

Acreditei e fui em busca de uma felicidade contigo, por um lado, clandestina à vista de muitos.Em busca de ti.

Agora não há lado clandestino nem nada. Simplesmente o que foi deixado para trás sem qualquer lembrança, aparentada, de voltar. Deixou e foi por aí e que já nem sei onde pára. Já quis saber,agora nem tanto. Se foi deixa ir. Acho que fiquei demasiado tempo à espera, mas não foi tempo perdido pois eu acreditei mesmo que fosse recuperado esse perdido.

Contudo esse perto do longe ficará sempre na minha memória e não o quero nem vou deixar ir.

– Alguém que me contou.

Imagem de capa:  AntGor, Shutterstock