O alívio de abandonar um amor doente

Vem cá, deixa eu te contar que já não sinto mais sua falta. Agora, quando penso em você (e confesso que ainda penso bastante) é de uma forma diferente. Comecei a me dar conta de que não gosto mais de quem você é.

Gostava – e muito – é verdade. Gostava de como sabia conversar comigo, de como realmente se dedicava às suas paixões, de quando me ligava sem motivo nenhum e até de te ouvir falar sobre fotografia. Eu realmente gostava.

Mas você mudou. Quando vivemos dia após dia com alguém, é difícil notar como essa pessoa vai mudando GRADUADAMENTE.

Meses e meses se passaram e você se tornou alguém de quem eu não gosto mais. Não gosto da maneira que conversa comigo, de como não se dedica mais a muitas coisas que antes eram importantes, de te ver pensando apenas em você e também não gosto do fato de não falar mais sobre fotografia.

Não sei como não notei isso antes. Você mudou, não para pior nem para melhor. Apenas mudou e, infelizmente, eu não gosto de quem se tornou. E que alívio é saber que não sinto mais falta de nós, apenas sinto falta daquela pessoa que um dia você foi.

Mas a vida é assim, não é mesmo? Vamos nos metamorfoseando e os incomodados que se retirem.

E que assim seja. Eu estou me retirando de vez. Não vou mais desperdiçar uma única palavra escrevendo sobre você. Estou deixando esse vício para trás, pois finalmente enxergo pessoas melhores, pessoas das quais eu gosto. Não quero perder meu tempo escrevendo sobre a gente.

Quero escrever sobre um amor bom, não sobre um amor doente.

Por: Bruna Cosenza