O que eu procuro? Não sei. Estou em constante luta, entre um “eu” e um “tu”, uma agonia imutável que me deixa de rastos, não sei, juro que não sei de mim nem de ti, perdi-me, perdi-nos.

Não sei viver sem ti nem contigo, não te sei amar mas também não sei não gostar de ti, apenas sei que isto não é aquilo que pretendo, mas que só assim posso ter alguma coisa do que quero, ou penso que quero, pois contigo ou é tudo ou nada. Noite ou dia, frio ou quente, neve ou sol, tu és assim ou oito ou oitenta, e eu não sou assim, eu pondero, eu não me dou por completo, mas sim aos poucos, eu não sofro com facilidade, eu faço sofrer facilmente, eu não perdoo, deixo tudo meio à deriva, procuro justificações mas não as dou, eu amo pela metade, ou talvez nem ame, sim é isso eu não amo, eu necessito, pela metade, eu não choro, mas também não estou constantemente a sorrir, eu questiono vezes e vezes sem conta, tudo, e percebo sempre que eu não sei de mim, nem sei do mundo.

“Eu gosto de mim, gosto muito de mim, e foi uma tarefa complicada conquistar-me (…)”

Eu sou eu tão e unicamente eu, num total sentido da palavra, sem aspas ou reticências, sou complicada, mesquinha, invejosa, sou difícil, sou (in)completa, sou (in)consciente, sou vingativa, sou cruel, sou fria, sou irritante, sou sincera, mas também sei ser amável, sou uma alma perdida num vasto manto azul e verde, uma alma que não se encontra nem faz por se encontrar. Eu gosto de mim, gosto muito de mim, e foi uma tarefa complicada conquistar-me, mas apercebi-me que só assim posso proteger-me das outras pessoas, sim, de ti também, aliás, de ti principalmente!

Mas parece que ainda não passei de uma mera aprendiz, bem porque não me consigo “desprender” de ti, eu necessito-te mas não te amo, tu amas-me, tu queres-me a teu lado, e mais uma vez lá estás tu no “tudo” e eu no “meio-termo”.

“Eu gosto de mim, gosto muito de mim, e foi uma tarefa complicada conquistar-me (…)”

Nunca te ensinaram que é feio prender as asas de alguém só porque temos medo que esse alguém queira ser livre e voe para longe de nós? Larga o meu coração, deixa-o vir comigo, deixa-o flutuar comigo nas águas cristalinas do oceano, deixa-me ser livre, pois sem ele eu não tenho a capacidade de tomar uma decisão de mim para mim.

Não me vou encontrar, nem te deixarei encontrares-te.

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