eu pequeno devaneio, hoje escrevo a ti!

Encontro-me sentada no chão do meu quarto, repousando as costas na beira da cama, em cima das perna apoio o caderno e com a mão trémula seguro a caneta.

Cada vez mais tem sido difícil esquecer-me de ti!

Surges em cada frase pronunciada por mim e por mais que tente é impossível não sorrir perante a pronúncia do teu nome.

O teu nome dito pelos meus lábios tem um sabor tão mais doce.

Ainda não trocamos sequer uma palavra e o meu dia tem sido tão difícil sem ouvir o som da tua voz, o teu riso batendo nas paredes do escritório… Dói tanto não te ter aqui!

Não posso perder-te meu amor!

Não posso perder esta amizade devido à busca de algo inexistente, devido a um pequeno devaneio…

Como dizer ao meu melhor amigo que ele é a pessoa que mais quero na vida?

Como dizer ao meu anjo protetor que anseio arrancar-lhe as asas e pedir que fique em terra comigo, porque o céu é tão longínquo. E eu, eu preciso dele à distância de uma pequena viagem, eu preciso dele à distância de um sôfrego beijo.

Crescemos juntos numa ânsia de nos apaixonarmos e quem diria, ironia do destino, acabei logo apaixonada por ti… Apaixonada pelo meu companheiro de cantorias, gargalhadas e batalhas.

Um amor em vão!

És o sol e eu a lua, és a imensidão do mar e eu sempre serei um rochedo, és a face e eu as lágrimas, és tudo aquilo que não consigo ser…

Perdoa-me por não ser mulher suficiente para ti! Perdoa-me por não ser a melhor! Perdoa-me por não ser aquela que precisas!

Pois no mais íntimo do meu ser sei que já te perdi sem te perder!

Imagem de capa: , Shutterstock