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Médico chora por perder um paciente

Um médico chorando pela dor de perder um paciente! Essa foi uma das imagens que inundou as redes sociais na semana passada. Mas como abarcamos essa condição atualmente?

Não se restringindo apenas ao profissional da medicina, mas estendendo para toda a equipe de saúde, qual o espaço que os mais puros sentimentos e emoções humanas encontram nos hospitais, enfermarias, ambulatórios, prontos-socorros e UTIs?

Que conjunto de comportamentos são esperados pela sociedade e pelos próprios profissionais, diante da enorme gama de situações de extrema emoção despertadas pela vivência diária com seus pacientes?

Frustrações, desamparo, medo, incerteza, ansiedade, esperança, amor, cuidado, envolvimento…esses são apenas alguns dos sentimentos que nós profissionais que lidamos com seres humanos nos deparamos no dia a dia.

O lugar do cuidado é também o lugar da crise! Espaço de polaridades, onde são experienciadas a doença, a dor, a dúvida, o sofrimento, a perda, o estresse, a morte, o luto. Mas também o recinto da saúde, da esperança, da informação, da comunicação, do conforto, do alívio, do cuidado e da cura. Cenário de nascimentos, morte e renascimentos. Onde ocorrem mudanças, divisões de fases e a emergência de inúmeros processos individuais, familiares e coletivos.

Para Jung, “o encontro de duas personalidades é como uma mistura de duas substâncias químicas diferentes: no caso de se dar uma reação, ambas se transformam.”

Dentro de tamanha complexidade, por mais que o profissional quisesse, ele não conseguiria ficar imune as emoções e aos sentimentos despertados pelas inúmeras situações com a qual se envolve.

Todavia, ainda existe em algumas instituições a ideia de que o profissional precisa ser técnico e para isso tem que separar suas emoções no local do trabalho.

O que temos nesses casos, são relatos de profissionais endurecidos ou que sofrem isolados, choram nos banheiros, abusam de substâncias psicoativas e adoecem! Diga-se pelo número de pessoas acometidas pela Síndrome de Burnout e muitas sem o devido tratamento.

A força do vínculo entre quem cuida e quem é cuidado é o fator que mais me toca nessa imagem! Um vínculo que pode ser o maior motor que impulsiona a cura e a vontade de curar. Afinal quem de nós não se sente especial e acolhido quando encontramos um profissional da saúde que nos olha nos olhos, se importa com a gente e está realmente interessado no nosso bem-estar?

Mas é preciso também cuidar de quem cuida! Estender esse olhar humano e acolhedor para a pessoa que está por baixo do jaleco branco e oferecer a ela todo o amparo que precisa para exercer bem sua profissão.

Para Miguel de Unamuno, “do seu trabalho, você conseguirá um dia colher a si mesmo“.

O grande ganho de trabalhar com pessoas é que através das experiências colhemos também em nós o ferido que somos, e isso é essencial para o processo de cura e transformação aos qual estamos destinados.

Marcela Alice Bianco, colunista e parceira Conti outra

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