Roberto Coutinho é um pai que já fez “rolar muita tinta” no Facebook com uma publicação que fez a 22 de Abril onde mostra a sua revolta por ter feito uma festa de aniversário para o seu filho, Miguel, que festejava o seu 5º aniversário, quando este acabou por não poder comparecer privado pela mãe, juntando mesmo 17 imagens e 3 vídeos onde prova a comemoração sem o aniversariante.

A publicação em si acabou mesmo por viralizar com quase 40 mil partilhas e mais de 2 mil comentários:

Como cada história tem sempre duas versões, a Revista CRESCER decidiu procurar a mãe, Mara Gadelha, para tentar perceber então o motivo de tal decisão e este deu o seguinte depoimento:

“Eu fui casada com o pai do Miguel durante quase 9 anos. Quando eu engravidei, não foi planejado e, desde a gestação, eu notei um esfriamento do nosso relacionamento, o que culminou na nossa separação quando o Miguel tinha 14 dias de vida. Tento manter uma convivência pacífica com ele, sempre deixei muito claro que ele deveria ter uma relação com o filho, de modo que ele criasse um laço com nosso filho.

Chegou uma hora que o Miguel sequer reconhecia o pai pessoalmente. Não sei os motivos dele para não se fazer presente, mas para mim sempre soou como falta de amadurecimento. Foi apenas um ano atrás que ele começou a demonstrar maior interesse pelo filho. Foi quando sentamos e acordamos que ele pegaria o Miguel a cada 15 dias e também traria alimentos para ele. E ele vinha, quando não tinha outro compromisso, porém, só trouxe os alimentos na primeira quinzena.

Em fevereiro deste ano, ele, a avó e a tia do Miguel mencionaram a festinha. Esse desejo havia surgido depois de o Miguel contar ao pai que eu e meu marido daríamos uma festa para ele de um time diferente do que o Roberto torce. Se eu aceitei? Com certeza, na hora! Foi nessa mesma época que chegou a lista de material escolar e o Roberto, novamente, não cumpriu nosso combinado de dividir os gastos. Depois de 4 anos relutando, falando para todo mundo que eu não iria lutar por meus direitos na Justiça, eu desisti. Fui vencida pelo cansaço e entrei com uma ação por pedido de alimentos.

Dia 11 de abril, recebi uma ligação do Oficial de Justiça que me informou que o Roberto já tinha sido intimado, contudo, não tinha entregue o ofício ao RH da empresa [referente à pensão alimentícia] em que trabalha, algo que o juiz havia determinado provisoriamente. Me pediram que eu ficasse responsável pela entrega. Como é que o pai queria fazer uma festa para o filho, mas não queria entregar um ofício ao seu emprego para ter um desconto de 20% do salário referente à pensão alimentícia? Porque ele queria retardar esse direito do Miguel? Foi aí que eu comecei a perceber que a festa não era para o Miguel, a festa era para ele. Para ele mostrar para todo mundo que ele estava fazendo o papel de bom pai. Foi essa sensação que eu tive e que acabou se confirmando.

Quando chegou na semana da festinha, ele me ligou falando que ia pegar o Miguel na sexta porque ele precisava comprar a roupa para o evento. E avisou que essa roupa não voltaria com o Miguel, ficaria com ele. O que para mim foi a confirmação de que não era amor. Eu passei bastante mal na sexta-feira que antecedia a festa. Quando ele me ligou às 8h do sábado, eu falei que não estava me sentindo bem, que estava indisposta e que não queria brigar. Pedi que a gente adiasse a festa. Não falei em cancelar. Ao que ele respondeu: “com ou sem Miguel, vai haver festa”. Foi aí que eu tomei minha decisão. Às 13h, o Roberto chegou na loja do meu marido e disse a ele que, sendo assim, não iria ver o Miguel até o dia da audiência, no dia 25 de maio. Mais uma vez, ele me deu comprovações de que não se importava em estar perto do filho.

Acabou que meu filhote não foi mesmo e ele o expôs para todo mundo, o que gerou isso aí que está acontecendo. Se você perguntar para o meu filho se ele está triste, ele vai falar que não, porque ele foi para o shopping e se divertiu [no mesmo dia da festa]. Se eu me arrependo? Não, porque o dia a dia que eu passo com meu filho me mostra a criança feliz que ele é. Tenho a visão do ser humano que estou criando. O Roberto não veio procurar o Miguel depois disso, nem ninguém da família. Se eu deixaria? Claro, nunca vou proibir. O que eu proibi foi o Miguel de comparecer a uma festa que não era para ele.”

Claro que, ao ler as palavras de Mara, Roberto quis responder e no dia 27 de abril, deu a seguinte declaração à revista:

“No dia em que a festa estava marcada, a Mara me pediu sim, três vezes, que eu cancelasse tudo, porque ela estava se sentindo indisposta. Eu só consegui descobrir onde ela tinha levado nosso filho às 13h e ela sequer desceu para falar comigo. Conversei com o marido dela e ele me disse que o Miguel não iria… Prosseguimos com a festa porque já não dava tempo de cancelar, estava tudo encomendado e pago, alguns convidados eram de longe. A festa nunca foi para mim, era para ele, e esperança de que ele estaria presente a gente teve até o final.

Eu não esperava toda essa repercussão, aquilo foi só um desabafo, tanto que não coloquei nome de ninguém. Tive o cuidado de não expor o nosso filho. Não me arrependo, pois recebi mensagens de muitos pais na mesma situação que eu e que não tiveram a mesma coragem de se pronunciar. Por bem ou por mal, em um divórcio, nós sempre seremos julgados, independente do que façamos.

Estou acompanhando a maior parte do que a Mara tem dito e discordo em vários pontos, tenho provas da minha participação na vida do Miguel. Nossa relação é muito boa, muitos foram os fins de semana juntos, tenho fotos em feira de ciências, festa junina, copa do mundo, aniversário, viagens. Também tenho notas que comprovam que ajudei com o leite e com alimentos. Depois de tudo isso, ainda terei que me humilhar para que ela me deixe ver o meu filho, mas o meu papel de pai eu vou fazer, sempre vou ajudar.”

E então? Quem achas que tem razão?

Bem, na minha opinião, quem ficou a perder com isto tudo foi o pequeno Miguel que acabou por não poder usufruir de uma festa que ele certamente iria adorar!