Não sei expressar os meu sentimentos. Sinto raiva por ele, sinto amor. Um amor que está a acabar comigo, sinto que não mereço, que não mereço mais ninguém. Não sei se isto é medo, medo de me magoar outra vez…

Saber que ele está feliz magoa, magoa porque fico a pensar que ele não viveu as coisas com a mesma intensidade que eu. Não é inveja de ele estar a ser feliz mas sim medo, medo de o perder para alguém que o possa vir a magoar, ou então, de o perder para alguém que possa ser melhor que eu.

Doí muito porque estou presa em recordações.

Mas nada passa de recordações, meras recordações que agora doem em mim. Que parecendo que não doem muito.

Acho que até agora ninguém percebeu, ninguém percebeu que tenho um bicho dentro de meu corpo que se está a apoderar de mim. Apodera-se de mim onde quer que eu esteja, sozinha ou acompanhada, até mesmo quando acho que estou feliz. Não é achar que estou feliz ou que sou feliz porque não sou… O que demonstro não passa de algo que eu pus em mim para evitar perguntas indesejadas.

O que mais custa a admitir é que eu estou a perder-me cada vez mais. A cada dia que passa deixo partes de mim para trás. Partes de quem fui, de quem sou…

Estou a manter-me forte pelos que amo, pelos que amo muito.

Acho que chega de tragédias, de planos falhados, de dores sentidas. Mas não passa de algo que eu acho. De algo que pode ou não acontecer.

Por mais que me custe admitir está tudo em mãos de Deus.

“Deus escreve direito por linhas tortas.”

Que assim seja.