Porque foi para mim inesquecível, porque foi marcante e foste único.

Foste o meu mar, foste o meu deserto, foste o calor e o frio, foste tu e isso para mim chegou.

Não te pedi mais que isso, seres tu. E assim eu amei-te, amei o teu ser nunca por metades mas sim, por todo.

Agora só resta as lembranças e nada mais que isso, as lembranças do maior amor que certamente tive por alguém. Porque a gente só se entrega verdadeiramente uma vez.

Aqui entre nós, fazia tudo de novo, sofria tudo de novo porque nos intervalos da dor eu fui  feliz.

Agora só resta recordar as tuas camisolas/ vestidos para mim  que me deixavas para eu lembrar o teu cheiro na tua ausência depois de uma noite de amor nossa.

Recordar quando te apanhava a olhar para mim a sorrir e com os teus olhos a brilhar, isso era amor.

Ambos sabemos que é melhor assim, que não podíamos ficar juntos perante tais obstáculos.

Eu sei que era amor e sei que ainda me amas, tenho toda a certeza disso. Sei porque foi verdadeiro.  Tu és meu, és o meu homem e eu sou a tua miúda.

Se nos encontrarmos por ai, sei que não haverá trocas de palavras. O silêncio entre nos sempre falou mais que as palavras, apenas um olhar, olhar de amor e carinho. O nosso olhar e isso bastará para nos entendermos daquela nossa forma.

Vamos sempre pertencer um ao outro daquela maneira nossa que só nós sabemos.

Estás aqui, no meu coração e eu estou no teu. E assim nos amamos em segredo. Amamos um ou outro em silêncio, no silêncio das palavras e da vida.

Eternamente a tua miúda loira, eternamente a tua pequena…

Por: Ana Lúcia Araújo

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