Saber a hora de dizer algo e o momento de não falar nada é uma arte, pois é assim que resguardaremos nossas forças para o enfrentamento do que realmente importa.

Não é por nada, mas vem crescendo deveras a quantidade de opiniões descompassadas, agressivas e preconceituosas sobre os mais variados fatos que ocorrem. Tanto nas redes sociais, quanto na mídia em geral e nas rodas de conversa, ouvem-se verdadeiros absurdos, mensagens de ódio e destempero, carregados de retrocesso e violência, muitas vezes de forma não velada.

Ao mesmo tempo, aumentou o número de pessoas que se prontifica a cuidar da vida dos outros, palpitando sobre o que não lhes diz respeito, intrometendo-se em assuntos estritamente pessoais, incomodados com o que nem deveriam pensar sobre. Quantos fiscais da vida alheia abundam entre os recantos do país, quanta gente rota falando das rasgadas, quanta hipocrisia neste mundão.

“O silêncio não ferra, não violenta, não nos deixará em maus lençóis.”

Por isso é que se torna cada vez mais necessário nos calarmos diante daquilo que não tem a ver com nossas vidas, diante de quem fala barbaridades, de quem ataca o outro com ódio, sem razão nem por quê. Sim, o melhor a se fazer é apenas observar, calar-se e prestar atenção, como mero espectador, enquanto o outro se afunda na própria cova de maldades. O silêncio não ferra, não violenta, não nos deixará em maus lençóis.

Embora tenhamos que nos impor, em determinadas circunstâncias, dizendo o que sentimos, sem ressalvas, a fim de que nossos limites nos salvem, praticar o silêncio nos poupará de contendas inúteis, de discussões desgastantes, de assuntos desnecessários e de pessoas irritantes. Saber a hora de dizer algo e o momento de não falar nada é uma arte, pois é assim que resguardaremos nossas forças para o enfrentamento do que realmente importa.

“(…) calar e observar em muito nos ajudará a prosseguir em paz com nós mesmos (…)”

A vida nos coloca de frente com os mais variados tipos de pessoas, inclusive com quem colocará à prova nossa paciência, nosso equilíbrio interior. Caberá a nós o discernimento necessário, para que não nos afundemos na lama alheia, mantendo nossa integridade intacta. Para tanto, calar e observar em muito nos ajudará a prosseguir em paz com nós mesmos, em busca de lugares saudáveis e de gente que soma, sem que desistamos de nossa felicidade por conta da verborragia inútil de quem se intromete onde não é chamado.

Por: Prof. Marcel Camargo