Um dia eu me apaixonei. Mas me apaixonei tanto que tudo o que eu pensava na vida era em ter aquela pessoa para mim, só para mim! Aquela coisa meio possessiva em que tu vislumbras o rosto da pessoa nos rostos de todo o mundo, inclusive naquele seriado de TV. Eu tinha acabado de me apaixonar! Os meus sonhos pertenciam àquela pessoa, a minha vida, o meu ar e todo o roteiro da novela mexicana que insisti em escrever por me julgar a pessoa mais apaixonada na face da Terra.

Então daí, depois de um tempo, algum envolvimento, beijo para cá, beijo para lá, percebo que tudo só existia na minha cabeça, tudo somente existia da minha parte e não tanto quanto eu gostaria da parte da outra pessoa. Não sei se acertei ou se errei em pensar que eu poderia conquistar aquela pessoa e deixá-la tão apaixonada por mim que mais ninguém no mundo conseguiria ser mais interessante do que eu. Devido aos meus pensamentos desesperadamente românticos e sonhadores, acreditei que conseguiria e me desgastei sofridamente durante meses na crença tola de que um dia o jogo viraria e aquela pessoa me amaria…

Bom, essa pessoa não me amou e nem eu me amei, se querem saber.

Eu foquei tanto na ideia de viver um amor com aquela pessoa que me separei de mim e da minha própria felicidade e quando percebi eu estava em pedaços e sem valor. Eu amava mais aquela pessoa do que a mim.

Hoje, passados os anos, sei que forçar algo onde nada existe é muita falta de amor próprio. Sei que viver sonhos de amor é importante, porém, que eles sejam correspondidos, que seja com alguém que te queira tanto quanto tu, que te valorize, que te mime e te mostre todos os dias o quanto tu és importante na vida daquela pessoa!

Ficar correndo atrás de algo vazio e sem futuro é perda de tempo, de vitalidade e de amor. Eu aprendi isso, juro, depois de muito penar e de admitir para mim que eu me tinha cansado daquilo tudo e que não merecia aquele sofrimento. Quando a gente cansa, parece que o amor próprio aflora, a dor passa e tu acordas para a realidade. Tu passas a enxergar as coisas como elas são, percebes e vês o quão duro é correr atrás de alguém que só sabe fugir de ti. É exaustivo e vergonhoso.

Onde está a nossa autoestima? Todo o mundo erra quando o assunto é o amor.

Todos nós erramos na ânsia desenfreada de acertar e nessa cegueira toda mal vimos que o outro não nos ama como merecemos. Perdemos tempo, noites de sono, sorrisos e lágrimas por algo que nunca valeu a pena!

Toma aí o conselho de hoje: “Se alguém não te quer, não forces!”. Olha-te no espelho, veste a tua roupa preferida, perfuma-te e começa a te amar! Desiste desse martírio de correr atrás de quem não te quer, desencana disso! Deixa que corram atrás de ti e, se por ventura ninguém correr, vai em direção de quem tu sabes que vale a pena a investida e cada minuto que tu levaste para te arrumar!

Ame-se mais. Valorize-se mais. Queira-se mais. Não se esqueça disso.

Por: Cris Souza Fontês 

Imagem de capa: Olena Yakobchuk, Shutterstock