Há quem diga que o ato de viver a vida é semelhante ao passar das estações. Onde há momentos intensos de primavera ou verão, quando nos chateamos ou perdemos a paciência chega o outono e quando nos desesperamos ou amarguramos é chegado o tão temido período de inverno.

O que talvez não percebemos é que as estações é um ciclo passageiro que carrega consigo diversas lições a serem aprendidas. Eu as enxergo de forma explícita nos relacionamentos, alguns parecem se demorar mais em uma estação do que em outra.

Inicia-se na primavera, onde as flores se abrem refletindo um brilho intenso, o frescor da paixão. A rosa que antes era apenas botão, agora transmite um suave perfume. A primavera é aquele amor que se enche de alegria, de entusiasmo, é singelo, delicado, aquele que inspira a um novo começo.

“(…) assim como na natureza é preciso deixar que as folhas da ignorância, da falta de diálogo, do ciúme em demasiado também caia (…)”

Com o passar do tempo, as coisas ficam mais quentes e eis que aparece o verão, aquele que contagia e nos tornam mais cheios de vida. Nisso as palavras se tornam mais calorosas, as brigas mais intensas e eis que surge o outono, onde as pessoas não enxergam a beleza das folhas “mortas”, assim como na natureza é preciso deixar que as folhas da ignorância, da falta de diálogo, do ciúme em demasiado também caia para que novas folhas e novos frutos ocupem o lugar. Costumo dizer que o outono é aquele amor que aguarda a chegada do novo.

É chegado o tão temido e desprezado inverno, onde não há alegria, não há cor, tudo é a mesma rotina. O inverno nos rouba a esperança e assim as dúvidas aparecem, o medo bate na porta e acaba-se indagando se é possível sobreviver a ele. Então, parece que se chega a um período de solidificação da alma, que é difícil de sentir qualquer coisa além de dor. Mas há quem faça do inverno, uma busca de um aconchego, o amor que quer estar junto, que busca a segurança do abraço. É aquele que se prepara para a chegada da luz do sol e das cores, pronto para uma nova primavera.

“(…) cada estação traz uma nova chance de amar e ser feliz.”

O que seria do amor se não fossem as estações? O que seria do mundo, da vida sem o amor? O que desejo a todos vocês que leem este meu pequeno devaneio é que nos amores que procura deixe de lado olhar pela ótica das expectativas em demasiado e possa ter coragem de olhar o outro como o ser inteiro que ele é, um ser que passa por nós como uma verdadeira flor de amor-perfeito que sobrevive às quatro estações, que sabe que cada estação traz uma nova chance de amar e ser feliz.