Desde o último dia em que te disse adeus que repito isto.

Não sei porquê…

Eu não queria desistir daquilo a que chamávamos de “nós”, é certo. Mas não tive opção.

Eu sempre te disse que não havia mais lugares no meu coração. Que ele estava fechado e que não me interessava ninguém nem mais alguém.

O certo é que tu não ligavas mas foste acreditando.

Eu talvez só dizia isso para me convencer a mim própria. Mas acabei por convencer-te a ti.

Cheguei a uma altura da vida que meti na minha mente que não ia mergulhar mais de cabeça. E fiquei tão na linha com esse novo método que deixei de ver mais, de pedir mais, de querer mais. Cansei-me e começou a ser tudo um “tanto faz”.

Deixou de fazer sentido os olhares seguidos de sorrisos no comboio, os pedidos de amizade nas redes sociais com os coros básicos, os piropos na rua.

Deixei de ligar a coisas básicas e passei a focar-me no mundo real. Estive mais ausente, esqueci-me de sentimentos e vivi como mais uma por ai, o trabalho dava-me tudo.

Mas aí apareceste tu.

Não vinhas com um papel a dizer que tinha de mudar esta minha máscara por isso não percebi logo.

Vieste de mansinho, como quem não queria nada mas ao mesmo tempo queria tudo. E eu disse-te logo que não gostava desse teu jeito. “Mau feitio” apelidavas tu.

Reparavas que eu não falava muito mas insistias em puxar assunto. Tanto tentavas que te achava um chato, achava tanto que passou a ser o teu nome.

Ainda me lembro de todas as vezes que insistias para sair contigo ao fim-de-semana, e eu não ia. Mas ao fim de tantos pedidos lá cedi pois não tinha mais desculpas para dar.

Insistias comigo. E isso era tão bom.

Mesmo eu dizendo-te que não queria nada que não acreditava em mais nada e para não tentares mais nada pois estava bem assim.

Mesmo sendo injusta, tu insistias.

Insistias naquela que era a rapariga certa mais errada do Mundo e podes dizê-lo, eu sei que é verdade.

Tão rápido te puxava para dentro como te empurrava para fora sem dar justificação. Apenas não dava, não vivia de justificações, de rotinas, de ciúmes, de coisas pequeninas. E tu apercebeste te disso.

Mas tu insistias comigo.

E eu fui reparando, fui tirando a máscara e fui mostrando que aquela não era eu.

Já tinha sofrido demais e aí … a mascara caiu.

Tu apaixonaste-te a sério e eu também.

E decidi dar-te o que te tinha faltado. E tu sabias, eu amei esse teu jeito desde inicio só não te disse antes.

Amei como amaste o meu.

E assim foste ficando mais meu. Mas assim que me tornei mais tua, tu deste me por garantida.

E foi aí que falhaste…

Eu não queria que terminássemos com um adeus sem conversa nenhuma só porque não tentámos mais, só porque eu não tentei perceber-te mais ….mas antes que voltasse a pôr a máscara eu decidi dizer-te adeus.

Foi instinto protetor.

Mas fica a saber …foste o adeus mais difícil que a vida me disse para dar. Mas ela gritou e eu correspondi.

Ainda hoje me lembro e logo eu que não sou de guardar “essas” coisas…Mas eu acredito que aqui ou aí ainda nos vamos encontrar.

E acho que é essa esperança que me mantém viva. Sem máscara.

De todas as pequenas surpresas que a vida me deu, tu foste a melhor.

Volta.

Por: Eu, Tu e os nossos textos