E eu vou odiar-te… vou odiar-te por cada momento quase perfeito que tu não conseguiste tornar perfeito, por todas as meias palavras, meios sentimentos, por todas as incertezas e  mágoas. Por todos os beijos roubados, por cada apalpão ou mordidela, por cada vez que me olhaste nos olhos e não foste capaz de me elogiar ou me fazer sentir mais mulher, mais sensual, “superior” às outras numa perspectiva tua.

E eu vou odiar-te por cada lágrima que rasgou o meu rosto na calada da noite, por cada suspiro que me arrancaste, por todas as vezes que pensei o que fazer para te agradar! Vou odiar-te por tudo isso e muito mais! Vou odiar-te por saber que podias ter sido algo que não foste, por ter esperado mais de ti do que aquilo que me deste e, mesmo que todas estas decepções possam parecer culpa minha, não são.

“(…) fiz de ti uma parte fundamental do meu dia quando para ti não passava de mais uma.”

São todas elas culpa tua, pois eu concretizei-te, eu amei-te e confortei-te quando mais nenhuma outra o fez, eu enfrentei o mundo por ti, eu defendi-te perante os teus actos inconsequentes e que me magoavam, eu aceitei-te sabendo de cada pequena falha tua e cada gesto imaturo, aceitei-te como és sem tentar mudar um único cabelo teu.

Eu aceitei-te no meu mundo, na minha vida, fiz de ti uma parte fundamental do meu dia quando para ti não passava de mais uma.

E por mais ainda vou odiar-te: vou odiar-te por cada pedido de desculpas que tu não fizeste, por cada cena de ciúmes que me fizeram pensar que me amavas!

Vou odiar-te, porque te amei como nenhuma outra, porque me deixei iludir pelo teu falso olhar apaixonado, pelas cicatrizes que fizeste no meu coração.

Vou odiar-te na falta de poder amar-te, porque não te consigo esquecer.